quarta-feira, 2 de maio de 2007

Casa da Torre da Lagariça

CASA DA TORRE DA LAGARIÇA
Situa-se este solar na freguesia de S. Cipriano, no meio de uma paisagem agreste mas encantadora.
Esta casa parece ter sido uma Vila Romana, muito cedo se terá tornado solar de nobres, com uma torre senhorial. Trata-se de uma honra medieval.
A casa é caracterizada por uma estrutura muito arcaica na parte mais antiga, onde sobressai a torre medieval que lhe dá o nome, um pequeno jardim a imitar os jardins fidalgos e um grande salão de festas palaciano.
Devidamente integrado com a natureza que o rodeia, o palácio foi classificado “imóvel de interesse público” por decreto de 29 de Setembro de 1977.
A esposa e os filhos de Gonçalo Cochofel, seus actuais proprietários procederam muito recentemente a algumas obras de restauro.
Deve ter sido nesta casa que Eça de Queirós escolheu o ambiente de solidão e concentração para se inspirar no romance da “Ilustre Casa de Ramires”. Por esse motivo a casa ficou conhecida por ser a “Ilustre Casa de Ramires”.
Está associada à Casa da Torre da Lagariça uma lenda relacionada com a presença de um rei Mouro, que tinha o seu Paço na vizinha freguesia de Ramires, do concelho de Cinfães. Tudo isto não passa de uma lenda, porque tudo indica que o rei Ramiro não era Mouro, mas sim, cristão.
A casa possui uma guarita de vigia. Na torre existe uma mísula/mata-cães com orifício por onde era deitado azeite a ferver, quando eram atacados pelo inimigo.
Pelos dados recolhidos no “Livro de Tombo da Casa do Paço de Resende”, a Casa da Torre da Lagariça possuía no século XVIII diversos nasceiros no Rio Douro, onde eram pescadas as lampreias e depois transportadas para o tanque das lampreias, ainda hoje ali existente e abastecido por nascentes de água de rica qualidade.
Na parte mais recente do solar, na parede do lado norte, podemos encontrar o brasão dos antigos senhores da casa, com as armas dos Pintos.

Um comentário:

Maria de Sousa Pinto disse...

Imagem de encantamento em que o conjunto com a torre altaneira, que parece cumprir ainda a sua função primeira,o jardim onde sobressaem o tanque das bicas e as seculares murtas bem como os limoeiros velhinhos transporta-nos para outros tempos de glória...
Haja quem lhe restitua, com urgência, a dignidade merecida.